AFINAL, QUAL O JEITO CERTO DE CORRER?
- PHYSIOLAB
- 29 de fev. de 2024
- 3 min de leitura

Correr é um esporte que proporciona experiências únicas e faz com que o corpo seja estimulado de forma global. Esse é um esporte que parece fácil, porém, infelizmente não é apenas calçar um tênis e sair correndo.
A corrida exige dedicação, atenção, cuidado e muito treino. Mas que tipo de cuidado? Que tipo de treino? Neste momento de dúvidas, nossa primeira opção é pesquisar no google: “Como correr certo?” “Correr machuca o joelho?” “Corro na ponta do pé, tem problema?” “Qual o melhor tênis de corrida?” “Como melhorar minha respiração na corrida?”.
Se escrevermos a palavra corrida no Pubmed, aparecerão mais de 10 mil artigos científicos sobre o tema. No entanto, muito se fala que não existe a forma correta de correr, mas aí nos questionamos: “Se não existe jeito certo de correr, o que a ciência fez até agora?”.
Em nossas vidas, a corrida sempre esteve presente, seja para irmos em busca de alimentos, para brincarmos quando crianças, para fugirmos de algum perigo quando adultos ou como um hobbie que proporciona prazer e bem estar. Cientificamente, não existe forma correta de correr, pois nosso corpo é projetado para realizar essa tarefa de forma natural e contínua.
Apesar de não existir uma corrida ideal, algumas variáveis precisam ser levadas em consideração. O estudo de Saunders et al. 1953 descreveu as seis determinantes biomecânicas que precisamos levar em consideração durante a corrida para que as compensações sejam evitadas e a maior eficiência aconteça.
Segundo Saunders, independente da velocidade, pace ou cadência, durante a corrida é necessário que o indivíduo mantenha adequada rotação pélvica, tilt pélvico (inclinação pélvica), flexão de joelho na base de contato, contato inicial do calcanhar contato final do ante-pé na fase final, além de deslocamento lateral pélvico controlado durante todo o ciclo de corrida.
Para que tenhamos certeza que o nosso corpo está seguindo essas determinantes, a avaliação biomecânica com especialistas é necessária. Após a análise biomecânica, os profissionais da saúde conseguem direcionar os melhores educativos de corrida, a melhor planilha e com isso a melhor estratégia para a melhora da performance e prevenção de lesões, independente de ser um atleta amador ou profissional. A análise das determinantes biomecânicas da corrida deveria fazer parte do check-up dos atletas, anualmente. Porém muitas vezes é negligenciada, pelo fato de a corrida ser vista como um esporte simples, fácil e pela falta de conhecimento dos atletas/treinadores.
Resumidamente, não existe forma correta de correr, porém existem sim determinantes biomecânicas que precisam ser analisadas e estudadas, para que as inúmeras dores associadas a corrida sejam evitadas, dentre as mais comuns estão as lombares, quadril e joelho. Um estudo recente de Peyré-Tartaruga et al 2024 concluiu que análises biomecânicas são fundamentais para prescrições de treinos de corredores, a fim de melhorar a performance e evitar lesões.
Lembre-se, sempre é válido investir em prevenção, faça seu check-up anual de biomecânica da corrida com profissionais sérios e capacitados e corra sempre! Conte com a equipe PHYSIOLAB para te direcionar.
Referências
PEYRÉ-TARTARUGA, Leonardo A. et al. Biomechanical, physiological and anthropometrical predictors of performance in recreational runners. PeerJ, v. 12, p. e16940, 2024.
SAUNDERS JB, INMAN VT, EBERHART HD. The major determinants in normal and pathological gait. J Bone Joint Surg Am, Jul;35-A(3):543-58, 1953
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Texto escrito por:

Dra. Ana Paula Janner Zanardi
Fundadora e CFO
Fisioterapeuta pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Mestrado em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS
Especialista pelo COFITTO em Fisioterapia Neurofuncional Adulto
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